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quarta-feira, 22 de julho de 2009

A CASA CAIU

JAMES GOMES(PSDB)PODE PERDER MAIS UM DE SEUS FIÉIS DEFENSORES,DESSA VEZ O VEREADOR CARLINHOS PODE SER CASSADO.




Vereador usa bens e serviços da Eletroacre para ganhar votos





O vereador de Senador Guiomard (cidade distante 25 km da capital), José Carlos Casas Furtado [o Carlinhos da Eletroacre] eleito pelo Partido da República - PR, na coligação Frente Popular do Quinari, poderá ter o mandato cassado caso seja comprovado o suposto esquema de compra de votos com o fornecimento de energia elétrica denunciado na manhã desta quarta-feira, 22, no Ministério Público Estadual, na 8ª Zona Eleitoral e na Eletroacre.

Um relatório com fotografias, depoimentos e uma rica documentação atesta o "batismo" de Unidades Consumidoras e transferência de transformadores na zona rural sem a autorização da Eletroacre. Carlinhos era chefe do escritório da companhia quando determinou os serviços.
Segundo José Santos Ferreira [conhecido como Apuí], a estratégia teve início em 2006, atingiu 3 mil famílias em Senador Guiomard e tinha o objetivo de conseguir mais de mil votos para o então candidato a vereador.


Na Eletroacre, a assessoria jurídica esclareceu que não conhecia os fatos. O advogado da empresa, James Antunes Ribeiro Aguiar, garantiu que formalizada a denúncia, será aberto uma comissão de inquérito administrativo para apurar os fatos.


COMO FUNCIONAVA O ESQUEMA POLÍTICO

O ponto central da denúncia formulada pelo ex-funcionário da Etenge, o eletricista, Apuí, são "batismos" em unidades consumidoras localizadas na zona urbana e rural do município, em regiões que eram verdadeiros redutos de votos do candidato. Apuí revela que tudo se originou a partir da vaga para eletricista que deveria ser preenchida por Oséias Mendonça, "mas quando ele [Oséias] soube do esquema pulou fora".

O trabalho aceito pelo denunciante incluía além dos "batismos", gatos para consumidores com contas atrasadas e sem condições de quitar os débitos, ligações clandestinas, serviços de construção de rede BT, iluminação de festas de aniversário, além do corte de energia daqueles consumidores que não estavam na "lista eleitoral" de Carlinhos.

Como mostra a foto, a unidade consumidora 1796 de UC 1709178, localizada na Rua Jamil Bestene, bairro Naire Leite, foi "batizada" para 1798 e UC 2355680. Com a alteração, o débito de R$ 470,00 pertencente ao senhor José Benevenauto Lima, deixava de ser impedimento para o fornecimento de energia em nome da nova moradora do local, dona Enedina Lopes da Silva.

Segundo Apuí, mas de 400 batismos foram feitos na zona urbana e rural de Senador Guiomard. Na zona rural eram realizadas graves infrações em desacordo as determinações da Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEL. A construção de uma rede de baixa tensão feita no ramal Zé Vaqueiro para atender o eleitor Castelo Ferreira Lima, é uma das provas incluídas no relatório. Apuí lembra que "a rede foi feita com material da empresa e com autorização para utilizar CABO 2 - NÚ".

No caso de Márcia Valéria Pinto, que deixou de apoiar a candidatura de Carlinhos da Eletroacre, saindo da "lista de eleitores", ela teve a sua energia cortada depois de um ano de atraso. "Eu não deixei pintar a propaganda dele na minha casa ai eu estava num arrastão quando soube que ele tinha mandado cortar a minha energia que estava há mais de ano atrasada", relatou Valéria.

O ESQUEMA NA ZONA RURAL



Na zona rural, o esquema funcionava nos finais de semana. Consta na denúncia que Carlinhos utilizava o carro da empresa para fazer as visitas aos produtores rurais e organizar as transferências de transformadores nos ramais dos Mineiros, Zé Vaqueiro, Eletrônico e ramal do Gena, região considerada cinturão verde do setor agrícola do município.
Apuí afirmou que um dos transformadores transferidos de endereço sem autorização da Eletroacre, pertencia ao programa federal Luz Para Todos. Trata-se do transformador marca TRAFIC 5, número de tombamento 9122, medidor 7043308. Retirado do poste 4121, situado no ramal dos Mineiros, o capacitor foi enviado para o ramal do Gena sem seguir a tramitação exigida pela Companhia de Eletricidade.


O proprietário da fazenda, conhecido como Ananias, de acordo com o relatório, foi orientado pelo então candidato a registrar queixa de roubo na Delegacia de Senador Guiomard. Com esse procedimento a Eletroacre era obrigada a repor um novo distribuidor de energia ao local.
A reportagem de ac24horas constatou que hoje existe no ramal dos Mineiros, o transformador TRAFIC 5 com número de carcaça 21074 que foi colocado pela Eletroacre depois da denúncia de roubo. Para agravar ainda mais a situação, não foi feito o registro do transformador 9122 instalado no ramal do Gena, em nome de Amadeus Menezes Santiago. Mesmo com a leitura de medidor 01106 kwh, não consta cadastramento da unidade na Eletroacre.



APAGANDO PROVAS


- Depois de ter discutido com Apuí, Carlinhos da Eletroacre teria tentado apagar algumas provas para, segundo o denunciante, "não deixar rastros". Ele citou como exemplo o transformador que foi transferido do poste 2260. Apagado o número de carcaça, o capacitor foi transferido para o medidor 7146327 no mesmo ramal Zé Vaqueiro, localizado na BR 364, km 39.
Na zona urbana, as unidades cadastrais eram apagadas com bisnagas, mas como foi feito às pressas e de forma grosseira, em alguns casos, ficou visível a alteração das unidades.
Eletroacre vai instaurar processo administrativo


A assessoria jurídica da Eletroacre informou que não tinha conhecimento dos fatos. Segundo o advogado James Antunes, uma Comissão de Inquérito Administrativo deverá ser nomeada para apurar as denúncias consideradas graves. Em tese, Antunes afirma que houve crime contra a administração pública e crime eleitoral, mas assegurou que será dado ao denunciado, o direito ao contraditório e a ampla defesa.

"A companhia já tinha tomado uma medida preventiva tirando o Carlinhos do cargo de chefia, mas não tinha conhecimento de denuncias tão graves. Se comprovadas ele deverá ser enquadrado em crimes contra a administração pública", acrescentou o assessor jurídico da companhia.

Celso Matheus, diretor presidente da Companhia de Eletricidade do Acre, assegurou que uma varredura comercial já foi determinada ontem mesmo e que deverá descobrir todas as irregularidades cometidas nos "batismos" de unidades consumidoras e nos fatores que supostamente levaram ao decréscimo nas arrecadações da empresa desde a data da denúncia.
Carlinhos não foi encontrado pela reportagem. O telefone do seu escritório desviava as ligações para o fax.



Da redação ac24horasRio Branco, Acre

http://www.ac24horas.com/

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